O Corinthians tem apenas o Brasileirão no restante da temporada 2024. O time foi eliminado da Copa Sul-Americana pelo Racing após perder de virada, nesta quinta-feira, por 2 a 1, no estádio El Cilindro, na Argentina.
Após abrir o placar com um começo avassalador, a equipe de Ramón Díaz sentiu o baque, tomou a virada e não conseguiu reagir com pouco mais da metade da partida pela frente.
A final reunirá Racing e Cruzeiro, que eliminou o Lanús, no Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, no Paraguai, em 23 de novembro. A Conmebol ainda não definiu o horário da partida. De qualquer forma, o campeão será inédito. A Argentina pode chegar ao 10º título, enquanto o Brasil busca o 6º.
Virando a chave para o Brasileirão e tentando continuar fora da zona de rebaixamento, o Corinthians tem pela frente o clássico contra o Palmeiras, na segunda-feira, às 20h, na Neo Química Arena.
André Ramalho deve ser desfalque, após ser suspenso pelo STJD por acertar o rosto de Luciano, do São Paulo. O clube tenta um efeito suspensivo.
O ambiente que o Corinthians encontrou em Avellaneda foi semelhante ao que viveram Atlético-MG e Botafogo em Buenos Aires e Montevidéu, respectivamente, nesta semana, pela Libertadores.
A torcida do Racing compareceu em peso, com sinalizadores, fumaça e cânticos ininterruptos para pressionar os visitantes.
O time paulista tentou não se intimidar, ainda mais com a necessidade de garantir o placar. Com menos de um minuto a bola já rondou a área do Racing.
Memphis e Yuri Alberto mostraram que iriam alternar-se em levar perigo ao adversário. Revelou-se, nos instantes iniciais, a estratégia de Ramón Díaz em manter a posse de bola para evitar ser atacado.
Deu certo. Com 5 minutos, Yuri Alberto tabelou com Memphis. O holandês emulou Sócrates com um passe de calcanhar para o companheiro. Yuri, então, quis referenciar Casagrande e tirou, sem ângulo, na saída do goleiro Arias para colocar o Corinthians na frente.
Somente depois ver o placar ser aberto, o Racing conseguiu manter a posse da bola. Félix Torres vacilou com uma falta no campo de defesa e deu aos argentinos uma chance de alçar a bola na área corintiana. A postura do time brasileiro já era diferente, mais postado na defesa, após abrir a vantagem.
A cautela, contudo, não se instaurou de modo permanente. O Corinthians soube buscar ataques para mostrar que queria mais. O momento defensivo ganhou destaque pelo funcionamento coletivo, sem ser apenas uma retranca, mas um bloco que incluía os meias e marcava alto.
Assim o time conseguia sair rápido para contra-ataques quando recuperava a bola, e com vantagem numérica. Foi assim que Garro saiu cara a cara com Arias, aos 22 minutos. Ele tinha Yuri Alberto como opção para ficar sozinho com o gol aberto, mas preferiu tentar o chute. O goleiro argentino salvou.
Quatro minutos depois, o Racing deu a primeira finalização. Ampliar o placar fez falta aos 33, quando Salas cruzou, e a bola bateu no braço de Matheuzinho.
O árbitro chileno Felipe González apitou e indicou a marca da cal para a primeira grande comemoração do El Cilindro. Quando Quintero bateu o pênalti no meio do gol, com Hugo caído para o lado esquerdo, veio o segundo brado. Estava tudo igual.
Não foi apenas o psicológico do Corinthians que se desestabilizou. O sistema defensivo tinha uma cratera entre si quando a um lançamento do Racing permitiu Quintero entrar sozinho na área para marcar o segundo e virar a partida, aos 38
O segundo tempo começou mais com o Racing em defesa do que o Corinthians no ataque. O time paulista tinha dificuldade de quebrar linhas e, mesmo com a bola, via os lances morrerem sem conclusão. Os argentinos restringiram-se a contra-ataques, até quase ampliando com Salas.
Ramón Díaz lançou Talles Magno na tentativa de quebrar o bloqueio do Racing. A pressão continuou, mas foi mantida a retranca argentina.
O campo parecia estar reduzido à metade de ataque do Corinthians. Romero foi mais uma peça para pressionar, deixando o ataque corintiano com quatro integrantes.
Isso mudou quando Coronado entrou no lugar de Memphis. A impressão, porém, é que poderiam ser três, quatro ou cinco jogadores de frente, e a diferença seria pequena. A noite virou totalmente da defesa argentina, que classificou o Racing à final.
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